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segunda-feira, janeiro 24, 2005

O Estado sou Eu !!!


Assim se vê Paulo Portas. As últimas declarações, todas incluídas numa pré-campanha fratricida, de objectivo claro... Manutenção no Poder!
È compreensível que assim seja, o CDS/PP, ao contrário do que o seu líder quer fazer paracer, não é, nunca foi e provalvelmente, nunca será um partido para ganhar umas eleições legislativas em Portugal. As únicas vezes que o CDS/PP esteve no Governo, foram em situações de coligação, para viabilizarem Governos de PS ou PSD.
De todas as vezes a experiência correu mal ! Para não dizer péssimamente ! Foram Governos instáveis, retrógados e dos quais a maioria de nós faz por esquecer. Esta última experiência, pode ser considerada, no mínimo, como a "cereja no topo do bolo", com a respectiva demissão por INCOMPETÊNCIA !
Mas, por incrível que pareça, Paulo Portas apresenta-se nesta campanha, como o garante da estabilidade, da competência, do rigor e dos valores que, segundo o próprio, "são os valores históricos e inatos da sociedade Portuguesa".
É preciso ter lata, muita lata.... Então não é que Paulo Portas não hesita em ilibar-se completamente da política desastrosa do Governo a que pertenceu e possibilitou parlamentarmente. Afirma constantemente que os Ministérios a cargo do PP foram os melhores, os únicos que se salva daquele desnorte que foi o último Governo de Santana/Portas.
O PP tinha, salvo o erro, a seu cargo, o Ministério da Defesa, das Finanças, do Ambiente e do Turismo. Começemos pela Defesa (Ministro Paulo Portas) e pelas suas medidas mediáticas, o fim do Serviço Militar Obrigatório (SMO) e as Oficinas Gerais Material Aeronáutico (OGMA). No primeiro caso, a medida já tinha sido apresentada, durante o Governo de Guterres, tendo ficado decidido o fim do SMO, através da aplicação das medidas necessárias e da afixação de uma data definitiva, ou seja Paulo Portas, mais não fez, do que continuar com o projecto do Governo Socialista, conduzindo o projecto até à data prevista. No caso das OGMA, o caso "fia mais fino", Paulo Portas, numa primeira fase, agarra na empresa falida, pressiona a Ministra das Finanças da altura, e consegue o capital financeiro para reabilitar a empresa. Mas, "quando a esmola é muita o pobre desconfia" e o que acontece depois é a privatização das OGMA por uma valor 1/3 inferior ao preço de referência no mercado, deixando ao Estado Português a factura da injecção de capital feita para salvar a empresa. Comete ainda o erro estratégico de vender a empresa a um concessionário Brasileiro, em vez de "aproveitar" o interesse da companhia Europeia e a possibilidade de entrar no consórcio Europeu de Aeronáutica, que irá (os últimos dados o confirmam) dominar a indústria mundial nos próximos anos.
No Ministério das Finanças (Ministro Bagão Félix) tivemos o famoso Código de Trabalho, responsável directo pelo despedimento e consequente desemprego de milhares de pessoas.
Ainda nos tentaram "jogar areia para os olhos" com a questão da banca, quando nos diziam que estavam a lutar contra o lobby Bancário, que iam aumentar os impostos sobre a banca.... Nada mais falso! Apesar de o regime geral ter aumentado, o regime das Off-shore foi reduzido. Adivinhem lá, onde estão as sedes do Bancos? E qual o regime de tributação a que estão sujeitos? Correcto, estão nas Off-shore (Madeira) beneficiando da redução fiscal a que estas foram sujeitas. É uma das maiores vergonhas deste País! As Off-shore são um dos sítios, e uma das formas mais usadas em Portugal para a fuga fisco e lavagem de dinheiro. Ou seja, Bagão Félix, não aumentou a tributação à Banca, REDUZIU!
Nos Ministério do Turismo (Ministro Telmo Correia) e no do Ambiente (Ministro Luís Nobre Guedes) então roça-se o ridículo, faça o leitor um esforço para se lembrar de alguma medida concreta associada com estes dois ministérios... Então? Lembrou-se de alguma coisa? Não? Claro que não! Simplesmente porque a única coisa que está associada a este minitérios é a da deslocação das Secretarias de Estado para outras cidades. Medida POPULISTA que apenas serviu para dificultar a vida dos Portugueses e gastar dinheiro ao Estado.
Mas continuamos a ouvir falar da famosa Marca CDS e que foram os super-ministros da História da Democracia em Portugal. Não foram, não são e duvido que venham a ser. É certo e sabido que a derrota da Direita é uma realidade cada vez mais próxima, só não se sabe em que moldes. Os objectivos do CDS\PP são: atingir os dois dígitos em percentagem, ficar à frente em termos eleitorais do BE e do PCP, e vir a fazer parte do próximo Governo.
Objectivos demasiados irrealistas, utópicos e megalómanos! O CDS/PP não tem eleitorado, não tem um projecto credível e, pelos vistos, não tem um líder à altura de uma campanha exigente e de projectos. Como se viu, recentemente, quando gaguejou (demasiadas vezes) durante o debate televisivo com Francisco Louça (Sic Notícias) onde demonstrou não dominar os dossiers e onde não foi capaz de apresentaar uma única proposta concreta para a próxima legislatura (apesar de ter apresentado um Governo Sombra !?!?), perante um Louça cheio de propostas, de ideias, e com um profundo conhecimento dos dossiers (confirma-se a capacidade de trabalho e preparação do líder Bloquista).
Paulo Portas acha que o Estado é ele e o CDS/PP, mas o Estado somos todos nós, algo que no dia das eleições lhe vamos, TODOS, lembrar....