Eleições no Zimbabwe

"Sem incidentes maiores, os 8,5 milhões de eleitores no Zimbabwe votaram ontem na legislativas para escolher entre o partido de Robert Mugabe, a ZANU-PF, e o Movimento para a Mudança Democrática (MDC), de Morgan Tsvangirai. Só o "desaparecimento" temporário de um candidato da oposição trouxe à memória a violência ocorrida nos dois últimos escrutínios, em que morreram mais de cem pessoas. Foi apenas um falso alarme porque, duas horas depois, o MDC anunciava que o seu candidato reapareceu "são e salvo"."

"Sob a vigilância de mais de sete mil observadores nacionais e estrangeiros, as eleições decorreram quase sem percalços. Apenas dois jornalistas britânicos do Sunday Telegraph foram detidos a 40 quilómetros da capital por se encontrarem a trabalhar sem a respectiva acreditação. De resto, milhões de pessoas dirigiram-se às 8 235 assembleias de votos espalhadas pelo país para escolher entre a União Nacional Africana do Zimbabwe (ZANU-PF) e o MDC."

"Os resultados preliminares serão conhecidos no sábado, mas poucos são aqueles que acreditam na derrota do ZANU-PF. Diversas organizações não governamentais, como a Amnistia Internacional, e cerca de 350 organizações da sociedade civil do Zimbabwe denunciaram ao longo da campanha várias irregularidades cometidas pelo regime, tais como detenções e maus tratos de apoiantes da oposição ou eleitores "fantasmas" colocados nas listas eleitorais. "

Aparentemente as eleições no país de Robert Mugabe foram tranquilas.
Num Estado que se encontra fragilizado e dividido, estas eleições podem representar um passo em frente no desenvolvimento de Instituições "que sejam mais democráticas" ...
Estas eleições também interessam, e de que maneira, a Moçambique, que além de ser vizinho, teve, ainda há pouco tempo, incidentes fronteiriços com o Zimbabwe.
Robert Mugabe, "reina" num país que é, unanimemente considerado, dos mais ricos em recursos naturais de Àfrica. Mas esta riqueza só foi, ligeiramente explorada pelos "colonos" brancos.
Mugabe resolveu expulsá-los e promover uma denominada "Reforma Agrária". Claro que o fracasso está à vista. Não por ser uma Reforma Agrária no sentido socialista do termo, mas porque de socialista só tem o termo. É mais uma africanização ideológica. Mais um ditador que, à falta de imaginação, criatividade e convicção, utiliza e deturpa ideológicamente teorias e modelos políticos.
Mas analizando a triste realidade do Zimbabwe, outro facto chama-me à atenção. O "mito" das Ciências Políticas e de alguns sectores neo-colonizadores das nossas sociedades cai por terra. O "mito" consiste na ideia de que a descolonização Britânica foi a mais bem conseguida devido ao facto de esta ter promovido a instalação de Instituições e Funcionalismo Público nas suas colónias. O que depois da descolonização, e com a adesão à CommonWealth, teria permitido às ex-colónias Britânicas um desenvolvimento sustentado, superior aos das restantes ex-colónias de outros países Europeus.
Agora pergunto, exceptuando a Àfrica do Sul (e mesmo esta de qualidade duvidosa), qual das seguintes ex-colónias Britâncas :

1. Nigéria
2. Serra Leoa
3. Uganda
4. Quénia
5. Gâmbia
6. Botswana
7. Lesoto
8. Swazilândia
9. Malawi
10. Zâmbia
11. Zimbabwe

possuí Instituições Democráticas e desenvolvimento sustentado credíveis ?