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quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Debate na RTP


"A economia e as condições de governação dominaram esta noite o único debate televisivo a cinco da campanha eleitoral, que ficou reduzido a quatro líderes devido ao abandono de Jerónimo de Sousa, com problemas de voz.
Sem novidades, a primeira parte do debate centrou-se no tema da economia e do modelo de crescimento económico, com os líderes do PS e do PSD a responsabilizarem-se mutuamente pela actual situação do país."

Mais um debate ....
Mais uma frustração de debate ...
Tivemos um debate centrado na economia. Dando especial relevo ao modelo de crescimento económico (que é, actualmente, igual, no essencial, a PS e a PSD) do País.

"Está visto que nenhum partido está disposto a assumir antecipadamente a necessidade de austeridade financeira e de medidas pouco populares. Isso é notório no caso da elevação da idade da reforma, em que todos os partidos menores se declararam contra e em que tanto Sócrates como Santana foram mais evasivos do que aquilo que consta dos respectivos programas eleitorais. O primeiro ficou aquém de admitir tal eventualidade e o segundo meteu os pés pelas mãos para desdizer a explícita proposta nesse sentido que consta do programa do PSD. "


Assim sendo, os dois partidos de Governo, dedicaram-se à responsabilização mútua pela actual situação. E, nesta questão têm razão. O PS e o PPD/PSD (+CDS/PP) , e respectivas governações, são, efectivamente, os maiores responsáveis pelo estado actual do País.
O debate, nesse aspecto, só serviu para comprovar o que já todos sabíamos.

Análise Líder a Líder:

  1. José Sócrates, fugiu à pergunta "que sacrifícios irão ser pedidos aos portugueses se vier a formar governo ?", preferindo falar da sua proposta de dinamizar o investimento privado e público. Posteriormente, criticou, e bem, os sucessivos falhanços das políticas dos últimos 3 anos de governos de coligação PPD/PSD - CDS/PP (o que não é assim tão difícil ...).
  2. Santana Lopes, de gravata preta em sinal de luto pela irmã Lúcia (até os bispos já percebem ...), optou por responsabilizar os governos socialistas de António Guterres, lembrando o discurso do "pântano", atribuindo a factores externos a revisão em baixa do crescimento económico (pois a culpa é sempre dos outros).
  3. Francisco Louçã, defendeu uma auditoria geral às contas públicas, incentivos à formação profissional e aumento das receitas através de uma reforma fiscal. (podemos não gostar, mas continua a ser o único que, sistematicamente apresenta propostas, concordemos com elas ou não. Desta feita, não comprometeu no final do debate, e assim a mensagem passou ).
  4. Problemas de voz levam à saída antecipada de Jerónimo de Sousa. Ainda assim, ""Perdi a voz, mas não perdi a esperança. No dia 20, votem na CDU e obrigado pela vossa compreensão". (Tenho pena, porque num debate em que os partidos pequenos aproveitaram as fragilidades dos grandes, Jerónimo de Sousa, podia ter contribuído para o debate e daí, podia ter retirado dividendos para a CDU).
  5. O líder do CDS-PP, Paulo Portas, procurou centrar a sua intervenção na defesa do trabalho que realizou como ministro da Defesa e na acção de Bagão Félix no Ministério das Finanças. (Aproveitou-se bem dos silêncios de Santana Lopes, e atacou o PS, obrigando o seu parceiro de coligação, a ter de debater com o Bloco e Francisco Louça. Não conseguiu fugir da respectiva responsabilidade nos últimos governos, e nessas fases de confrontação tentou lutar com as suas armas, não sendo muito eficaz).